Desafios na Gestão de Ativo Imobilizado: Por Que Sua Empresa Precisa Estar Atenta?
- Alexandre Freire
- 13 de jun.
- 4 min de leitura
A gestão eficaz do ativo imobilizado é muito mais do que uma obrigação contábil; ela é um pilar estratégico que sustenta a operação, a saúde financeira e a competitividade das empresas. No entanto, navegar por esse campo complexo no Brasil apresenta uma série de desafios significativos. Compreender e superar esses obstáculos é fundamental para otimizar o uso dos ativos e garantir a conformidade.

Neste post, exploraremos os principais desafios que as empresas enfrentam na gestão de seus ativos imobilizados, desde a coleta de dados até a adaptação às normas e a transição para uma gestão focada em valor.
A gestão do ativo imobilizado, apesar de seus claros benefícios, encontra barreiras de naturezas diversas: operacional, técnica e estratégica. Superá-las é vital para a otimização do uso dos ativos e a garantia da conformidade. Destacamos abaixo alguns dos desafios primários na gestão do ativo imobilizado:
Confira Os Principais Obstáculos na Gestão de Ativo Imobilizado
1. Coleta e Manutenção de Dados Detalhados e Precisos
Um dos desafios fundamentais é garantir a coleta e a manutenção de dados minuciosos sobre cada ativo. Normas como a NBC TG 27 (R4) e o CPC 27 exigem informações cada vez mais granulares, incluindo todos os custos associados à aquisição e instalação. A ausência de dados precisos sobre o estado, a localização, o histórico de uso e os custos dos ativos pode comprometer severamente a correção das avaliações e dos registros contábeis. O controle físico eficaz, especialmente para um grande volume de ativos ou para itens de pequeno valor, também se enquadra aqui, visando evitar perdas, extravios e o registro de "ativos fantasmas".
2. Complexidade das Normas Contábeis e Fiscais
O arcabouço regulatório brasileiro é robusto. A complexidade das normas aplicáveis, como o CPC 27 (Ativo Imobilizado) e o CPC 01 (Teste de Impairment), exige um nível de conhecimento especializado para sua correta interpretação e aplicação. O cálculo do teste de impairment, por exemplo, envolve análises sofisticadas, como projeções de fluxos de caixa futuros e a determinação de taxas de desconto apropriadas, o que pode ser particularmente desafiador. Além disso, a gestão do CIAP (Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente) adiciona uma camada de complexidade tributária, que requer controle preciso da vinculação do bem à atividade tributada e seu tempo de permanência no estabelecimento. A coexistência de normas federais e estaduais no ICMS também aumenta a complexidade administrativa, especialmente para empresas multiestado.
3. Revisões Frequentes e Gestão do Ciclo de Vida
A exigência de revisões frequentes da vida útil e do método de depreciação dos ativos, preconizada pela NBC TG 27 (R4) e pelo CPC 27, representa outro desafio considerável. A avaliação periódica da vida útil econômica é crucial para a correta alocação de custos e o planejamento de substituições, mas sua execução é complexa e demanda conhecimentos técnicos específicos. A gestão do ciclo de vida dos ativos frente à obsolescência tecnológica e ao desgaste físico impõe a necessidade de um planejamento contínuo para substituição e modernização, a fim de manter a eficiência operacional e a competitividade. Além disso, a necessidade de reclassificação de itens entre categorias ou entre despesas e ativos pode surgir com atualizações normativas.
4. A Interface Crítica: Mundo Físico vs. Mundo Contábil-Financeiro
Muitos desafios residem na complexa interface entre o mundo físico dos ativos – sua localização, estado, vida útil real – e o universo contábil-financeiro – como são registrados, depreciados e avaliados. A falta de dados precisos frequentemente aponta para uma lacuna entre o inventário físico e os registros contábeis. Informações técnicas da engenharia/manutenção precisam ser traduzidas para termos contábeis. As decisões estratégicas de investimento ou desinvestimento dependem da qualidade e integração dessas informações. Assim, a promoção de uma efetiva integração das informações e processos entre as áreas operacional/técnica, contábil/financeira e estratégica é um dos maiores desafios. A ausência dessa sinergia leva a registros imprecisos, avaliações deficientes (como no impairment), decisões subótimas e dificuldades na conformidade. Ferramentas como software de gestão patrimonial e um inventário bem realizado são instrumentais para mitigar este desafio.
5. A Transição para a Gestão Dinâmica do Valor (Além do Custo Histórico):
Subjacente a vários desafios está a transição de uma abordagem focada no "custo histórico" para uma "gestão dinâmica do valor" dos ativos. Normas como o CPC 27 e, mais ainda, o CPC 01 introduziram conceitos como a revisão periódica de vida útil/valor residual e, crucialmente, o teste de redução ao valor recuperável (impairment). O impairment exige uma avaliação contínua que compare o valor contábil com o valor recuperável (valor em uso ou valor justo). O desafio está em internalizar essa mudança de mentalidade, passando de um registro estático para uma avaliação contínua que reflita a realidade econômica e a capacidade de gerar benefícios. Isso é evidenciado pela necessidade de revisões frequentes e pela complexidade do cálculo de impairment. Essa transição cultural e técnica demanda maior exercício de julgamento profissional, uso de dados prospectivos e, muitas vezes, expertise externa.
Conclusão
A gestão de ativo imobilizado no Brasil é um campo dinâmico, influenciado pela constante interação entre normas contábeis, legislação fiscal e a realidade operacional das empresas. Os desafios mencionados – da precisão dos dados à complexidade normativa e à necessidade de integrar visões físicas e financeiras – exigem uma abordagem proativa e estratégica.
Superar esses obstáculos não apenas garante a conformidade, mas também permite que as empresas otimizem seus custos, melhorem a eficiência operacional e tomem decisões de investimento mais informadas. Uma gestão patrimonial robusta e integrada, suportada por tecnologia e profissionais qualificados, é essencial para transformar o ativo imobilizado de um simples registro no balanço em um verdadeiro vetor de valor e competitividade para a organização.
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